segunda-feira, 28 de junho de 2010

Coleção Grandes Compositores 05/33: J. S. Bach (1685-1750)

Beethoven chamava-o “pai da harmonia”. Para Robert Schumann, ele era “uma fonte inesgotável de novas ideias”. E no, recentíssimo, século passado, Paul Hindemith declarou: “Qualquer músico, mesmo o mais talentoso, já de saída fica atrás de Bach.”

Bach tinha um verdadeiro fascínio pelas fugas, essa forma musical tão exigente, baseada na aparição sucessiva de um mesmo tema em cada uma das várias partes ou vozes, combinadas em contraponto. Bach dominava as complexidades da composição de fugas como nenhum outro compositor e estava em vias de preparar uma grandiosa coleção de trabalhos desse tipo, A Arte da Fuga, quando morreu, em 28 de julho de 1750. Um obituário, seis dias depois, concluía: “A perda desse homem de habilidade incomum será incomumente pranteada por todos os verdadeiros conhecedores de música.”

Talvez o aspecto mais extraordinário da carreira de Bach tenha sido a ausência de glórias. Para todos os efeitos, ele foi um artesão musical provinciano que passou toda sua vida numa pequena região da Alemanha, produzindo a música que dele se esperava. Não usufruiu nem de uma pequena parte da fama e dos triunfos públicos que Handel, seu renomado contemporâneo, desfrutava na Inglaterra; mesmo na Alemanha, sua popularidade foi eclipsada por vários outros compositores.

Somente três séculos depois de seu nascimento, a vitalidade, a profundidade de expressão e a magnífica arquitetura de sua música seriam reconhecidas, para assegurar-lhe o lugar na galeria dos gênios da humanidade.

Fonte: Encarte do cd.

.oOo.

Coleção Grandes Compositores 05/33: Bach

DISCO A
Suíte Nº 3 em Ré para Orquestra, BWV 1068
01. Abertura (7:41)
02. Aria (7:08)
03. Gavotte I-II (3:34)
04. Bourré (1:12)
05. Gigue (2:45)
Academia St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

Capricho em Si Bemol (Por Ocasião da Partida de um Irmão Querido), BWV 992
06. Ariosto: Adágio (2:25)
07. (1:56)
08. Adagíssimo (2:53)
09. (1:00)
10. Aria di postiglione: Allegro poco (1:52)
11. Fuga all’imitazione della cornetta di postiglione (2:27)
Gustav Leonhardt, cravo

Concerto de Brandenburgo Nº 3 em Sol, BWV 1048
12. (6:09)
13. Adágio (BWV 1019a) (1:42)
14. Allegro (5:37)
Academia St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

Adágio para a Sinfonia do Oratório de Páscoa, BWV 249
15. Adágio (4:13)
Academia St. Martin-in-the-Fields, Heinz Holliger, oboé e regência

Concerto para Oboé e Violino em Dó Menor, BWV 1060
16. Allegro (4:49)
17. Adágio (5:20)
18. Allegro (3:41)
Gidon Kremer, violino
Academia St. Martin-in-the-Fields, Heinz Holliger, oboé e regência

DISCO B
Prelúdio e Fuga em Dó (Livro I de O Cravo Bem-Temperado), BWV 846
01. (4:10)
Kenneth Gilbert, cravo

Prelúdio e Fuga em Dó Menor (Livro I de O Cravo Bem-Temperado), BWV 847
02. (3:29)
Kenneth Gilbert, cravo

Concerto para Dois Violinos em Ré Menor, BWV 1043
03. Vivace (3:39)
04. Largo ma non tanto (6:32)
05. Allegro (4:31)
Simon Standage, Elizabeth Wilcock, violinos
English Concert, Trevor Pinnock, cravo e regência

Tocata e Fuga em Ré Menor, BWV 565
09. (8:45)
Karl Richter, órgão

Concerto para Quatro Pianos e Cordas em Lá Menor, BWV 1065
10. (4:31)
11. Largo (2:52)
12. Allegro (3:51)
Justus Frantz, Gerhard Oppitz, Helmut Schmidt, pianos
Orquestra Filarmônica de Hamburgo, Cristoph Eschenbach, piano e regência

Chacona da Partita Nº 2 em Ré Menor, BWV 1004
13. (13:48)
Nathan Milstein, violino

DOWNLOAD (DOIS DISCOS):

http://rapidshare.com/files/390293943/MS_-_Grandes_Compositores_05_-_Bach.rar

Marcelo Stravinsky

Extraído do Blog: P. Q. P. Bach

Tomo Fujita - Put On Your Face (1986)


Skillfully blending genres such as blues, funk and jazz, the original instrumental compositions on Tomo Fujita's debut CD, Put On Your Funk Face, are a mixture of the guitarist's many diverse influences: Earth, Wind and Fire, B.B. King, Jimi Hendrix, Joe Pass, Larry Carlton, Stevie Ray Vaughan and the Meters. "Just Funky" and "Meltdown" are impressive examples of fusion/funk magic, while "Orange Juice & Water" and "Don't Wake Me" advance Fujita's blues agenda, as he bends and slides his way through warm, resonant solos and ultra-clean, soulful melodies. Fujita demonstrates a great touch and sense of dynamics throughout Put On Your Funk Face, which makes this release essential listening for fans of his brand of sonic stylings.

Trax:
01. Crossing
02. Burbank Street
03. Song For Samantha
04. Meltdown
05. Just Funky
06. Dreaming Of You
07. Orange Juice & Water
08. I Like Your Smile
09. Cat Walk
10. I Have No Clue
11. Don't Wake Me

Download: http://rapidshare.com/files/377468626/TOMO_-_POYFF.rar

Senha (se pedir): mistical12x

Fonte: Virtuosos Guitarristas blog

Baden Powell - Solitude on Guitar - Gravado em 10 e 11 de dezembro de 1971 no estúdio Walldorf, Alemanha




01 - Introdução ao Poema dos Olhos da Amada (Baden Powell - Vinicius de Moraes - Paulo Soledade)
02 - Chará (Baden Powell)
03 - Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim - Vinicius de Moraes)
04 - Márcia, eu te amo (Baden Powell)
05 - Na gafieira do Vidigal (Baden Powell)
06 - Kommt ein Vogel geflogen (Tradicional)
07 - Fim da linha (Baden Powell)
08 - The shadow of you smile (Johnny Mandel)
09 - Brasiliana (Baden Powell)
10 - Bassamba (Eberhard Weber)
11 - Por causa de você (Dolores Duran - Tom Jobim)
12 - Solitário (Baden Powell)

Baden Powell - acoustic guitar
Eberhard Weber - bass
Joaquim Paes Henriques - drums

Download:
http://rapidshare.com/files/401147083/Baden_Powell_-1973-_Solitude_on_Guitar__320_.zip

Fonte: Abracadabra-LPs do Brasil 2

domingo, 20 de junho de 2010

José Saramago

(José Saramago ao lado de sua esposa, a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986) - foto no google

Saramago foi conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu estilo não torna a leitura mais difícil, se os seus leitores se habituarem facilmente ao seu ritmo próprio.

Estas características tornam o estilo de Saramago único na literatura contemporânea, sendo considerado por muitos críticos um mestre no tratamento da língua portuguesa. Em 2003, o crítico norte-americano Harold Bloom, no seu livro Genius: A Mosaic of One Hundred Exemplary Creative Minds ("Génio: Um Mosaico de Cem Exemplares Mentes Criativas"), considerou José Saramago "o mais talentoso romancista vivo nos dias de hoje" (tradução livre de the most gifted novelist alive in the world today), referindo-se a ele como "o Mestre". Declarou ainda que Saramago é "um dos últimos titãs de um género literário que se está a desvanecer".

(Texto: Wikipédia)


terça-feira, 15 de junho de 2010

NOVELA LIBERADA PARA ESTE HORÁRIO

(Foto - mercado livre)


Por J. L. Rocha do Nascimento


A irmã via tv, pensava no galã das oito e sonhava com o mundo encantado das celebridades, algo distante da periferia e da miséria em que vivia mergulhada. Certa noite, saiu para um passeio inocente e, numa esquina qualquer, um maníaco a estrangulou.

Diante do vídeo, choraram a morte da irmã.

A mãe via tv e fazia mantas de crochê pra complementar a renda familiar. Durante os comerciais sonhava com o futuro do filho. Continuou a fazer crochê diante da tv, até que o corpo encurvou-se, os dedos enrijeceram, a respiração parou. Não pode ver o grande homem em que se transformou o filho que, com vocação para o entretenimento, diariamente engolia fogo e querosene nos sinais de trânsitos da zona leste.

Diante do vídeo, choraram a morte da mãe.

O pai via tv e sonhava com a aposentadoria por invalidez. Depois de uma longa luta desigual, o coração não resistiu à burocracia da previdência social.

Diante do vídeo, chorou a morte do pai.

Ele via tv. Perdera a irmã, a mãe, o pai, mas ainda lhe restava a tv. Sentindo-se só, resolveu se casar. Acabou desistindo. A renda irregular e o hálito de querosene não recomendavam tal ousadia. Resolveu entregar-se totalmente à tv. Uma idéia estranha começou a verrumar-lhe o juízo: porque não se casar com a própria tv? Afinal, ela nunca o deixara só. A idéia amadureceu, virou decisão. Foi ao Cartório mais próximo e manifestou seu desejo. Diante do inusitado, o Escrivão o encaminhou ao meritíssimo que, de plano, repeliu a idéia.

Desolado, pensou em fazer uma loucura, mas acabou por concluir que não há nada mais deprimente do que um defunto sem choro. Veio-lhe então a solução: pegou a nota fiscal da tv e escreveu com a esferográfica: Certidão de Casamento.

Passaram a viver juntos, sem grandes conflitos domésticos, uma vida plena de lances emocionais: hoje o patrãozinho distribuindo dinheiro no auditório, amanhã aquele apresentador falando baboseiras dominicais, ali outro anunciando mais uma paternidade duvidosa. Um dia, nunca mais retornou aos sinais de trânsito, os poucos amigos o abandonaram, os vizinhos começaram a apresentar inusitada agressividade. Mas a tv mantinha-se fiel, pronta, solícita. É certo que, uma vez que outra, mais por culpa da companhia de energia, saía do ar. Convencia-se de que a companheira estava naqueles dias. Dormia mais cedo.

Tempos depois percebeu que estava cego. Uma onda de desespero invadiu-lhe a vida. Restava, ainda, a possibilidade de ouvir o inconfundível som da tv. E foi exatamente numa dessas carícias mais prolongadas que se deu a triste descoberta, razão da tragédia que se anunciava: os cupins devoravam impiedosamente a parceira.

Diante do inexorável, finalmente se decidiu. Armou-se de um pé-de-cabra e de uma faca de cozinha. Num golpe certeiro, espatifou a tv e, nem sequer um gemido, cortou a garganta. Ninguém presenciou a cena, rápida, precisa, sem cortes. Mas a tv ainda emitiu um som rouco e ininteligível, talvez choro.


Extraído do blog Confraria Tarântula

domingo, 13 de junho de 2010

Anne-Sophie Mutter spielt Bach

Egberto Gismonti (1947): DANÇA DAS CABEÇAS (1977) com Naná Vanconcelos (1944)



Egberto Gismonti: Dança das Cabeças - gravado em Oslo em nov. 1976
Egberto Gismonti:
violão de 8 cordas, piano, flautas e outras madeiras étnicas, voz
Naná Vasconcelos:
berimbau, percussão instrumental e corporal, voz

01 Part I 25:15
- Quarto Mundo #1 (E. Gismonti)
- Dança das Cabeças (E. Gismonti)
- Águas Luminosas (D. Bressane)
- Celebração de Núpcias (E. Gismonti)
- Porta Encantada (E. Gismonti)
- Quarto Mundo #2 (E. Gismonti)

02 Part II 24:30
- Tango (E. Gismonti/G.E.Carneiro)
- Bambuzal (E. Gismonti)
- Fé Cega, Faca Amolada (M.Nascimento/R.Bastos)
- Dança Solitária


Baixar pelo link:

http://rapidshare.com/files/397851240/RMA_Gismonti_DAN__A_DAS_CABECAS.rar


Fonte: P.Q.P. Bach (http://pqpbach.opensadorselvagem.org/)

sábado, 12 de junho de 2010

Na sala de aula

Frases(inhas)

Cebola nos olhos dos outros é choro, pimenta é outra coisa.


O tempo demarca o mapa da memória,
Os olhos fragilizam as rugas do tempo.


Aniversário é palavra derivada de verso, ani(vers)ário;
também de anos (do latim ani, ano, ânus...)


Teresina mora na primeira avenida do Sol.


Na tarde de Teresina
o Sol persegue furioso
a sombra do pássaro.


Certos estudantes carregam 10 quilos de preguiça
todos os dias para a escola;
Outros estudantes maneram 10 quilos de vida
todos os exercícos da escola


Ester é uma menina de cabelos longos. Uns cabelos negros, lisos, lindos. Dá vontade de ser pedófilo, só pra ficar brincando com aquela cachoeira de pelos caindo sobre meus dedos.
Pergunto pra menina:
--- Ester, você sempre tira o cabelo quando vai dormir?

f. wilson

domingo, 6 de junho de 2010

Uma leitura roqueira do Canon - Pachelbel



Esse vídeo já atinge quase 74.000.000 de exibições no YouTube.

sábado, 5 de junho de 2010

Seleção brasileira -1978

(Em pé: Nelinho, Leão, Oscar, Amaral, Batista e Rodrigues Neto
Agachados: Gil , Toninho Cerezzo, Jorge Mendonça, Roberto Dinamite e Dirceu) - imagem google


O clima político na Argentina era de ruídos nas celas, e liberdades individuais assustadas com a tempestade de violência. Indiferente as qualidades permanentes que a natureza humana sofria na Argentina, o presidente da Fifa na época, o brasileiro João Havelange, em cumprimentos e abraços com o ditador Jorje Videla, era o representante perfeito do também governo brasileiro que faltava na nossa torcida quando da semifinal Brasil-Argentina.

Mas o Brasil de 1978, treinado por Claudio Coutinho, quatro anos depois que o sofisticado treinador holandês Rinus Michels revolucionou o futebol, a seleção brasileira era a mesma com a técnica de desempenho individual de cada jogador, predominando a "arte" do craque em campo. Até mesmo o torcedor brasileiro ainda não se adaptara a nova geografia do futebol, pois continuava reclamando a ausência dos heróis de 70 - Rivelino estava lá, no banco, contundido. Enquanto isso o Brasil assistia a seleções européias perspicazes que dominavam num estilo veloz típico da "laranja mecânica".

Quem acompanhou a evolução dos times europeus durante o maior torneio de futebol ali, a Liga dos Campeões da UEFA, e que a maioria dos brasileiros só tomariam conhecimento através da televisão, acompanhando com curiosidade nos anos 90, sabe dos pioneiros dessa tática e técnica fenomenais que estilizam o futebol mundial hoje. Tudo começou com os times do Ajax, ainda nos anos 70, que foi a base da seleção holandesa em 1974, e do Bayern Munich, Alemanha. A torcida européia sempre teve uma ligação íntima com os clubes que se destacam na copa européia, e nos anos 70 as seleções e times europeus estavam numa fase excelente. Enquanto o estilo "carrocel" se aperfeiçoava cada vez mais em campos europeus, o Brasil importava seus craques e a sentimental torcida se dedicava ao futebol "romântico" que por muito tempo havia de se jogar ainda no Brasil.

Mais uma vez a seleção brasileira decepcionou. Perdeu o terceiro lugar para o futebol revelação da Polônia, do craque (carequinha) Lato.

Quando as fortes indústrias americanas viram os brasileiros desprotegidos em campo, resolveram faturar: sobre o uniforme carimbaram ícones e nomes das grandes empresas; o capital estrangeiro descobrira um grande filão que precisava. Em 1978 a seleção brasileira entrou em campo com adidas.

A grande final, a Argentina entrou no "calderon" aclamada pela raça de ter matado o Peru por uma diferença de gols que os brasileiros não acreditavam, mas o time do Peru fez sua parte. E mais uma vez, o estiloso futebol holandês não venceu. A Argentina sagrou-se campeã, jogando dentro de casa.



f wilson

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Blues



Real Australian Blues, 4 volumes.

Uma sensacional coletânea que reúne os melhores do blues.
Esse capa vermelha, vol.3, é vibração total.

Link para baixar:

http://rapidshare.com/files/390202837/31997Volume.rar
Senha: zinhof

Extraído de: http://www.zinhof.blog.hr

J.L.Rocha Nascimento

(imagem google)

Infância

Duas ou mais coisas de que sinto saudade: do único vialejo que ganhei, presente não sei de quem; perdi-o antes mesmo de aprender a tocá-lo. Minha caneta esferográfica de quatro cores, o Jeep cara alta que encarava qualquer rodagem. O Fenemê do Eron comia poeira, os outros aparentados a morrer de inveja. Ah, minha fazenda de gado feito de ponta de chifre de boi. Meu cavalo alazão de talo de carnaúba com suas orelhas empinadas e atentas a tudo, arisco que só, o rabo levemente tosado dava mais elegância ao trote garboso.

Minhas conversas de final de tarde com meu primo Raimundo. Debaixo do pé de figueira, montados a cavalo, e sob o olhar atento da tia Araci, discutíamos quem tinha mais cabeça de gado zebu, nas suas contas era sempre ele.

De acordar cedinho com o assobio de meu pai ordenhando a vaca parida, o bezerro, arreado, queria mais, não deixava quieto o rabo. De beber leite mugido, ainda morninho, no copo de alumínio. Da janela eu ficava esperando, os olhos remelentos. Um bico do peito dava pra encher um balde. No meu copo, a espuma ficava por cima. Eu bebia de um gole só, meu pai se ria com os bigodes brancos que marcavam meus beiços. Dos pigarros de minha avó Luisa e sua asma, nas noites de frio, aquilo só me doía e me deixava insone. Dos peitos de Vitória balançando quando pilava arroz, dos banhos quando o riacho estava cheio. Eu mergulhava para mexer com as vergonhas da prima Júlia, deixando boquiabertos os outros; os mais novos, a mão na boca, em vão, tentavam esconder o riso.

Das arapucas de pegar passarinho. De chupar manga de fiapo, me lambuzar com mel de sanharó, arrancar cabeça-de-frade pra tia Julita fazer cocada, bolo de forno, comer umbu verdadeiro, tirar água do poço, atirar em labigó, catar oiticica na beira do riacho para fazer sabão, de comer maria-preta, das espingardas de talo de bananeira.

Do que eu não gostava: beber emulsão Scott e tomar injeção. Nem de ver alguém, me escondia debaixo da mesa. Tem mais. Outra coisa de que não sinto saudade: da palmatória com que a tia Araci me castigava, que eu tinha que aprender a escrever com a mão direita. Do gato que comeu meu canário de briga.

J.L.Rocha Nascimento in Confraria Tarântula.blogspot.com

Conto de Emerson Araújo

(imagem arquivo google)

O Abraço do Escorpião


O grito estridente de Aparecida às duas horas de uma madrugada seca fez a rua acordar. Lâmpadas acesas, os vizinhos pelas frestas das portas.
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Aparecida dentro da rede de cordas velhas, tremia em convulsão. Vovó Perpétua cambaleando foi a primeira a se levantar, não tinha nenhum ungüento em casa, na perna de Aparecida a marca da telson pelo fio de sangue esverdeado. No Mil Réis era comum as lacraus saírem à noite a procura de comida.
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A perna de Aparecida continuou a roxear, minha prima não chegaria à manhã seguinte. Uma lágrima desceu do meu rosto, não teria mais nas noites de chuvas torrenciais o corpo quente, o cheiro de azeite de mamona daqueles cabelos espichados e nem o odor quase insuportável do frasco de príncipe negro derramado debaixo dos braços.
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Não tinha jeito, o veneno agia lentamente sobre aquele corpo azeitonado, sem piedade. Logo, logo, Aparecida estaria dentro de um caixão de madeira frágil. O rosto lívido, flores amarelas enfeitando a manhã seguinte.
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Vovó abriu a porta, saiu, quando retornou, trouxe Padrinho Adão.
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Padrinho cuspiu o fumo mascado na entrada da porta, tirando do pequeno alforje de brim azul uma faca miúda, amolada. Sobre Aparecida fez o que tinha de ser feito. No outro dia, eu voltaria a Oeiras.

No mês de dezembro, voltei ao Mil Réis novamente para as férias de fim de ano, Aparecida com um alguidar na mão separava o feijão da safra de abril, um par de muletas encostado à parede sem reboco, fazia parte do cenário.

Emerson Araújo

Em: blog legal - expressão em mote

Zinhof

(foto extraída do blog "zinhof")

O maior site de divulgação de cds do mundo está com seus dias contados. É que estão apagando todos os links que disponibilizam baixar pela internet novos e antigos cds de rock, blues, jazz, pop neste site - zinhof.blogspot.com.
As indústrias de discos estão vasculhado a grande rede, pente fino, deletando todos os links não autorizados pelos direitos autorais que protegem os artistas musicais.

Até aí, tudo bem. A indústria precisa vender, o artista lucrar com seu trabalho. Mas quanto maior a divulgação do disco, do artista, melhor. Há o grande público que "baixa" cds de compositores (muitos desconhecidos) para conhecê-los, e procurar comprar o cd original, quando existe para venda na cidade ou na internet.

Essa questão ainda vai rolar muita discussão. De uma coisa o internauta sabe muito bem: não há lei que reverta uma tecnologia em andamento. Fecha-se um blog e surgem centenas com a mesma cara. Para o bem da cultura universal.

F Wilson

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Seleção brasileira -1974

(foto - Revista Placar)

SELEÇÃO DE 1974


Em 1974, a seleção brasileira era a favorita, almejava o tetracampeonato mundial de futebol. O mundo inteiro esperava os brasileiros repetirem o desempenho que encantou em 1970, no México. Mas nem Pelé, nem Tostão, nem Gérson nem pernas de outros craques daquela geração suportariam a correria em campo de novas táticas que o futebol revolucionário da seleção holandesa mostraria naquela copa. O "carrocel" holandês comandado pelo craque Johannes Cruyff perdeu na final para a dona da casa, a Alemanha de Beckenbauer.

f wilson